O programa
livro-carta-mural está seguindo o seu curso, como o Rio Madeira, que banha
nossa cidade e se espraia adiante, avante, atravessando fronteiras até
deixar-se consumir/consumar no Rio Amazonas, de quem é afluente da margem
direita (como todos sabemos, mas não custa acrescentar!)
Com o livro-carta fluindo, dias letivos se consumindo
rumo às férias, os alunos começam a se corresponder com este autor praticamente
anônimo e, em razão disso, desconhecido do grande público (o que é uma benção,
podem acreditar!)
Hoje, ainda agorinha, recebi uma dúzia de cartas, de
uma das escolas do programa, a Escola Municipal Pé de Murici, no bairro
Planalto.
Cartas com envelopes gigantes, desenhados e enfeitados
com figuras em relevo, feitas com E.V.A.
Na primeira que abri, recebo algumas boas traçadas
linhas do Kauã, que me diz:
Ontem
eu falei para minha colega que estas histórias são muito legais. Eu mal posso
ver as outras histórias! Meu nome é Kauã... Ponto final, tchau!
Recado esperto,
rápido, com um grande abrupto, que encerra tudo com chave de ouro e rima.
Ele ainda desenha uma mangueira (a fruta da época) com
algumas boas mangas penduradas e duas crianças sob a árvore. Simples assim.
Terno assim.
Eu, agora, responderei estas e outras cartas, uma a
uma. Enviarei cartões (do Ceó Pontual), assinaturas, como esta abaixo e outros
mimos, que eles bem merecem.
É isso. Sigo contente na minha condição de
escrevinhador bem situado neste quadrante da Amazônia Ocidental, ainda
desconhecido, mas aguardando que nossos escritos cruzem as fronteiras desta
terra e se espalhem por aí, soprados por bons ventos.
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