Robinson Crusoé
Li Robinson Crusoé numa edição condensada, em 1980, da Tesouros da Juventude, lançado pela Editora Abril.
Já trabalhava e paguei com dinheiro do próprio bolso. Eu tinha 16 anos e já havia comprado uma enciclopédia (que não serviu para muita coisa, de tão ruim!) e muitos discos (LPs), escolhidos a dedo. Sabia que estava adquirindo cultura, pois conhecera dois anos antes, em Ariquemes, o meu mentor literário-musical, um jovem técnico agrícola da Ceplac, que havia me apresentado os baianos Jorge Amado, Caetano Veloso e Gilberto Gil. Trata-se de Eduardo Lemos Porto, de Ilhéus, sul da Bahia.
No ano seguinte, estudando no interior de São Paulo, em Lins, tomei contato com os clássicos da literatura brasileira e com os monstros hoje históricos da MPB, dos grandes festivais da TV Record...
Mas a aquisição daquela coleção de clássicos juvenis salvou-me do tédio naquele distante ano, em Ji-Paraná, quando tendo ficado desempregado e à toa, pude mergulhar nas aventuras de Robinson Crusoé, A Ilha do Tesouro, O Corcunda de Notre Dame e outros dos quais já me esqueci.
E agora tomo contato com esta primorosa edição da Ajubel, editora espanhola, recém-premiada no Festival de Livros Infanto-Juvenis de Bolonha, na Itália.
Dizer que os clássicos não morrem é chover no molhado. Mas nos surpreender com reedições de tirar o folêgo só de se olhar a capa é acreditar que muitos outros leitores irão se deliciar e viajar no tempo-espaço para uma ilha imaginária da qual não se sai de lá de bolsos vazios...
Salve Crusoé e Sexta-Feira. Salve a literatura imortal. Salve!
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