Há sempre muito o que fazer quando nos credenciamos a trabalhar em causas quase impossíveis!
A lista destas causas é imensa. A depender do verbo no infinitivo que usamos ela se multiplica por dezena ou centena.
Quer ver? O verbo erradicar nos leva facilmente a uma dúzia e meia de boas causas:
. Erradicar a malária, a dengue e outras doenças tropicais, endêmicas ainda.
. Erradicar a miséria, que ainda persiste, a despeito do avanço dos programas sociais.
. Erradicar o analfabetismo funcional.
. Erradicar a ausência de gosto, de vontade, do desejo de aventurar-se a ler (com prazer, vontade própria).
Por ora, o leitor é, ainda entre nós, uma caricatura. Alguém que vive deslocado no mundo dos não-leitores ou dos leitores "ocasionais" e de "fôlego curtíssimo".
Daí, então, a imagem do menininho de óculos, candidato a nerd, caso não encontre pares o suficiente para torná-lo mais um na multidão de leitores (isso aqui, convenhamos, é ainda um sonho!).
O fascínio das causas impossíveis está no impossível, no inatingível, na possibilidade de fazermos tudo e ainda não darmos conta de resolvermos, encaminharmos os problemas. Assim, não precisamos ser ou parecer heróis.
A causa da disseminação do gosto pela leitura precisa de pessoas que desejam tentar, se esforçar, caminhar. A vantagem é que, se se cansar, basta uma sombra na beira da estrada e algo bom para se ler. Haverá maior prazer?
Nenhum comentário:
Postar um comentário