segunda-feira, 3 de agosto de 2009

Imagens e palavras...

A editora Penguin, de Londres, é famosa tanto pelos seus pinguins estilizados, suas edições de bolso e por constantemente sair à frente das demais com ideias fora do padrão convencional.

Septuagenária, esta casa de livros inovou em lançar obras com preço acessível e "elegância tipográfica", além de ter criado uma máquina que cuspia livros - o "Penguincubator" - acionado por uma moeda de 6 pences (um valor irrisório).

Este preâmbulo conciso é para situar-me e aos leitores quanto à editora que lançou a bela sequência fotográfica abaixo, à qual ouso casar um poema meu:

O valor da palavra

Dou-te minha palavra
Que uma imagem vale
Quantas palavras
Puder expressar.

Devolvo-te em palavras
Expressas em números
Desses que podem ter
Qualquer valor
(Caso me engane)
Que nada vale mais
Que o próprio valor.

Ora, se o valor em si
Está expresso
Naquilo que o contém
Palavra e imagem
Equivalem-se.

A despeito da lógica
Convenhamos:
Existe algo melhor
Que trocar certas palavras?

Pode-se contestar
Que o valor intrínseco
Do que se troca
Não é igual.
O que vale dizer:
Dá-se lucro ou tem-se prejuízo.

Para finalizar reafirmo
No mais perfeito e são juízo:
O que se dá, multiplica-se
O que se retém, se esvai
Se a imagem não é perfeita
O remendo com palavras se faz.

É isso.
Abel Sidney

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