
Para partilhar escritos em prosa e verso, ideias e invenções...
domingo, 20 de dezembro de 2009
Um belo cartão de Natal - a ser partilhado

domingo, 30 de agosto de 2009
Desmandamentos

Os Desmandamentos, por Geraldo Carneiro e Salgado Maranhão
(Este manifesto se rebela contra a banalização indiscriminada da poesia e a palavra aviltada pelos demagogos, e é dedicado aos que julgam que ela não é passatempo de diletantes, mas artigo de primeira necessidade.)
1- Mais uma vez virou moda dizer que a poesia agoniza, ou que a poesia morreu. E de fato ela sempre esteve morta para os não-poetas. E morreu também com Homero, com Dante, com Camões, com Baudelaire, com Drummond e com tantos outros, porque cada poeta é uma via, um beco sem saída. E a poesia é sempre plural: é o lugar dos paradoxos (viva Shakespeare!), do não-senso (viva Lewis Carroll!), mas também é o lugar da verdade. Quanto mais verdadeiro, mais poético, como dizia Novalis. Mesmo quando um poeta faz as suas conficções, acaba em verdades metafóricas. E, nestes desmandamentos, afirmamos que a poesia, quanto mais remorre, mais renasce.
2- É a linguagem que produz a realidade e a poesia. A poesia não tem camisa-de-força conceitual. Aos funcionários públicos da vanguarda, que se acham herdeiros do legado, ela finge que se dá, mas é só o discurso vazio do chefe da repartição.
3- A poesia é um problema sem solução. Felizmente. Ninguém tem a fórmula mágica, ninguém tem respostas para todos. Cada leitor que invente o seu mundo, e o desinvente a seu bel-prazer. Semelhante à culinária, cada qual que ache o seu tempero. Se for significativo, o erro vira estilo. Ou vice-versa.
4- A poesia pode tudo, só não pode ficar prosa ou senhora da razão. O novo não é reserva de mercado, nem nasce a priori. Há que se romper limites, correr riscos, ter lucidez na loucura. Mesmo que seja pelo avesso. (E, cá entre nós, não adianta ficar o tempo todo buscando o absoluto, porque isso já ficou obsoleto. Ao fim de tantos levantes, sejamos, também, irrelevantes.)
5- A poesia não é para quem a escolhe, mas para quem recebe o choque elétrico da linguagem. Não é poder ou privilégio, é um defeito que ilumina. Não vale transporte, não vale refeição, não vale copiar truques ou seguir tutores. Nem apelar, como os demagogos, para o amanhã. Mesmo porque já não há mais Canaã no Deserto dos Sinais.
6- Poema não é cadáver. É um artefato musical que sempre canta, mesmo quando tem horror à música. Quem busca entender o poema apenas cientificamente, dissecando sua morfologia como quem faz uma autópsia, perde a viagem. Conhecê-lo é entrar em seus labirintos, sem separar o corpo de sua subjetividade.
7- Não queremos a poesia prisioneira de uma única arte poética. Seremos clássicos e barrocos; pós-modernos e experimentais. Qualquer tema é e não é poético. Desde os pit-boys de Homero até a aspirina de João Cabral. Com talento, mesmo as formas antigas podem ser recicladas. Sem talento, nem com despacho na encruzilhada.
8- As influências, em geral, são bem-vindas, a não ser quando alijam a voz própria. Há poemas com tantas citações que, se extrairmos o que é dos outros, não sobra bulhufas.
9- Os conchavos e panelinhas fazem parte da natureza humana. Cada grupo tem o direito de inventar os seus heróis, para admirar a própria imagem no seu espelho narcísico. Mas o vôo do poeta é só dele e, sobretudo, da linguagem. A linguagem é o orixá, o poeta é o cavalo do santo. Ninguém é mais do que o que pode ser.
10- O problema da poesia não é só fazer bem feito, mas fazer distinto (no duplo sentido, que implica tanto em diferença, como em elegância). Ela é um exercício vital para manter o vigor da palavra. A poesia não é só questão de verdade, mas de vertigem. Por essas e por outras, é que somos poetas da vertigem: vertigem-linguagem, vertigem-vida.
Último desmandamento:
Pode jogar no lixo todos os desmandamentos anteriores, a não ser que haja sinceridade na poesia. Quem quiser adorar bezerro de ouro, que adore; quem quiser viver de pose, que mantenha sua pose. Mas que haja espaço e fé na poesia. E que ela continue a fabricar futuros, e, como fênix, se destrua e se reconstrua por toda a eternidade e mais um dia.
Fonte: http://oglobo.globo.com/blogs/prosa/posts/2009/08/01/os-desmandamentos-por-geraldo-carneiro-salgado-maranhao-210136.asp
quarta-feira, 12 de agosto de 2009
Todas as palavras - um sítio onde se pode encontrar palavras...
segunda-feira, 3 de agosto de 2009
Gabo, Gabito, Gabriel Garcia Marques
Dito isso, podemos dizer o motivo que nos leva a escrever sobre o autor de Cem Anos de Solidão: simplesmente desejamos transcrever o post de Saramago, publicado ontem, 2 de agosto/2009, em seu diário virtual (cuja coletânea se tornará livro)
Antes, porém, de fazê-lo convém comentar brevemente sobre a autobiografia do citado escritor colombiano, anunciada como "volume um" de uma trilogia: Viver para contar.
Esta portentosa e impressionante obra nos revela algo que eu suspeitava e o Mário Prata tão bem sintetizou: "Lendo sua vida real, vemos que a sua ficção é muito pouco ficção". E isso incluiu os habitantes que nem permanecem, nem se vão completamente, tão bem descritos pelo Gabito: os espíritos, fantasmas ou outro nome qualquer que se lhes atribua.
O assombro que Gabo causa com o seu "realismo mágico", presente em maior ou menor grau em suas obras também fez Saramago perder o fôlego. Pois vamos ao que ele escreveu:
Gabo
Os escritores dividem-se (imaginando que aceitem ser assim divididos…) em dois grupos: o mais reduzido, daqueles que foram capazes de rasgar à literatura novos caminhos, o mais numeroso, o dos que vão atrás e se servem desses caminhos para a sua própria viagem. É assim desde o princípio do planeta e a (legítima?) vaidade dos autores nada pode contra as claridades da evidência. Gabriel García Márquez usou o seu engenho para abrir e consolidar a estrada do depois mal chamado “realismo mágico” por onde logo avançaram multidões de seguidores e, como sempre acontece, os detractores de turno. O primeiro livro seu que me veio às mãos foi Cem anos de solidão e o choque que me causou foi tal que tive de parar de ler ao fim de cinquenta páginas. Necssitava pôr alguma ordem na cabeça, alguma disciplina no coração, e, sobretudo, aprender a manejar a bússola com que tinha a esperança de orientar-me nas veredas do mundo novo que se apresentava aos meus olhos. Na minha vida de leitor foram pouquíssimas as ocasiões em que uma experiência como esta se produziu. Se a palavra traumatismo pudesse ter um significado positivo, de bom grado a aplicaria ao caso. Mas, já que foi escrita, aí a deixo ficar. Espero que se entenda.
http://caderno.josesaramago.org/
Imagens e palavras...


domingo, 2 de agosto de 2009
Poema também é para essas coisas...

sábado, 20 de junho de 2009
Reflexões oportunas
sexta-feira, 12 de junho de 2009
Crônicas e ensaios X
quinta-feira, 11 de junho de 2009
Beirute, capital mundial do livro em 2009

O Correio da Unesco

Na escola do futuro
Proteção do meio ambiente, respeito pela biodiversidade e defesa dos direitos humanos são temas que oferecem novas dimensões à educação. Desde seu lançamento, em 2005, a Década das Nações Unidas da Educação para o Desenvolvimento Sustentável se traduz por meio de iniciativas cujos ecos são apresentados nesta edição do Correio da UNESCO.
Clique aqui para ler a nova edição do Correio.
André Duarte e suas esculturas inspiradoras

terça-feira, 9 de junho de 2009
Não custa avisar, divulgar...
do ensino fundamental ao uso profissional
de Paulo Geiger e Renata de Cássia Menezes
Lexikon Editora Digital, 160 p., R$ 16,90
Formato: 12x17 cm
ISBN 978-85-86368-56-1
quinta-feira, 4 de junho de 2009
Crônicas e ensaios IX

segunda-feira, 1 de junho de 2009
Crônicas e ensaios VIII
"...se o calendário atrasar / eu faço voltar o tempo outra vez / tudo outra vez a passar" Fagner
Como se sabe, a indústria farmacêutica promove um saudável assédio aos médicos, por meio dos seus representantes. É através dessas visitas periódicas que são apresentados os novos remédios ou reforçado a imagem dos velhos. As famosas amostras grátis de remédio surgem desse contato.
Janeiro: Jamais prive uma pessoa de esperança. Pode ser que ela tenha só isso.
Fevereiro: Cante no chuveiro.
Março: Aceite sempre uma mão estendida.
Abril: Saiba perdoar a si e aos outros.
Maio: Respeite todas as coisas vivas.
Junho: Saiba guardar segredos.
Julho: Assista ao nascer do sol pelo menos uma vez por ano.
Agosto: Aprenda a tocar um instrumento musical.
Setembro: Elogie três pessoas por dia.
Outubro: Tenha um aperto de mão firme.
Novembro: Gaste menos do que ganha.
Dezembro: Não reze para pedir coisas. Peça sabedoria e coragem.
Pode parecer filosofia barata, mas não é. Algumas podem pertencer ao gênero "dicas, truques e quebra-galhos", o que não elimina o seu valor.
Seção Requentação (Porto Velho, 6 de novembro de 1998)
domingo, 31 de maio de 2009
Crônicas e ensaios VII

sábado, 30 de maio de 2009
Crônicas e ensaios VI
sexta-feira, 29 de maio de 2009
Crônicas e ensaios V

quarta-feira, 27 de maio de 2009
Crônicas e ensaios IV

domingo, 24 de maio de 2009
Um livro para pais e mães especiais...
Doutor, meu filho é normal?
Andréia Lígia V. Correia / Alana Cláudia Martins Mendes / Katherinne Rozy V. Gonzaga - 104 páginas - 1ª edição - 2009
O livro tenta quebrar a tão perigosa noção de que as nossas crianças não adoecem de transtornos psiquiátricos. Ele nos guiará a uma viagem sobre o comportamento infantil, estabelecendo limites para o normal e patológico, e quando procurar ajuda profissional. Revela algumas particularidades das relações familiares nesta faixa etária, alguns comportamentos que nem sempre são graves, como furto infantil, relação precária entre pais e filhos e a importância da família na saúde mental do pequeno. Transtornos mentais infantis são considerados com temas como Depressão, Autismo, Retardo Mental, Transtornos de ansiedade infantis, Fobia escolar, Pânico, Enurese e Encoprese infantis, e o famoso TDAH, dentre outros quadros, investigando causas, quadro clínico, modo de identificação e tratamento. Por fim, esclarecemos como ocorre o tratamento com crianças, desde o tratamento medicamentoso a algumas opções psicoterápicas, como a psicanálise e a ludoterapia infantil e abordagem psicoterápica nas escolas. O objetivo é, de modo simples, rápido, através de textos e casos clínicos, fazer com que os profissionais tenham um parâmetro de avaliação sobre os comportamentos infantis, quer sejam patológicos ou não.
Convite feito!
Crônicas e ensaios III

sábado, 23 de maio de 2009
Crônicas e ensaios II
