sábado, 20 de dezembro de 2008

Os caminhos não previsíveis dos hipertextos: quem não procura também acha...

O caso da lingüística de corpus 

Muito se tem estudado sobre o hipertexto - para o vulgo, nós outros, os links que nos remete daqui para ali na internet; para os doutos hipertexto "designa um processo de escrita/leitura não-linear e não hierarquizada que permite o acesso ilimitado a outros textos de forma instantânea" (Fachinetto, 2008)

Além de convidá-los a ler o interessante artigo O hipertexto e as práticas de leitura, de Eliane Arbusti Fachinetto, seguiremos mostrando que mesmo não desejando conhecer certos temas (num determinado instante) e mesmo desconhecendo-os, acabamos por tomar contato com os mesmos, graças às infindas possibilidades de descobertas que o hipertexto e seus labirintos nos enseja (vide nota no final da página, por favor!).

Hoje, por exemplo, eu estava a ler um texto já baixado e catalogado na pasta Argumentatum, no meu computador. Tratava-se do artigo Aspectos externos e internos da aquisição lexical, de Vilson J. Leffa. 

O meu interesse ao ler este artigo era/é saber mais sobre o processo de aquisição de vocabulário ou processo de aquisição lexical. E, evidentemente, a partir disso criar exercícios, textos, estratégias lúdicas, preferencialmente, para estas aquisições. 

O ensino do vocabulário, segundo Leffa,  oscila entre duas práticas e abordagens - a interna e a externa. Dentre as externas, com "ênfase no material que deve ser preparado e oferecido ao aluno" tem-se: 

a) os estudos sobre freqüência;              
b) os dicionários de aprendizagem; 
c) a lingüística de corpus e 
d) uma tipologia específica de exercícios.

O que mais nos chamou a atenção foi a lingüística de corpus. O termo corpus diz respeito à "coleção de textos da língua efetivamente em uso coligidos em livros, periódicos, documentos de todo tipo", conforme o iDicionário Aulete (http://www.aulete.portaldapalavra.com.br/index.php)

Fui, então, em busca de saber o que seria a "lingüística de corpus". Digitei estes dois termos,  exatamente assim, entre aspas, no Google. 

A despeito das suspeitas em torno da Wikipédia, foi por lá que comecei a jornada. De lá, por meios das ligações externas cheguei ao Banco de Português. Graças a muitos links quebrados, optei em acessar a página do desenvolvedor do sítio - Tony Berber Sardinha. Professor e pesquisador, eis o seu breve currículo: docente do Depto. de Lingüística e do Programa de Pós-Graduação em Lingüística Aplicada (LAEL) e membro do Centro de Pesquisa, Recursos e Informação em Linguagem (CEPRIL) da PUCSP. 

No sítio do Tony aceitamos o seu convite de conhecer algumas de suas publicações e apresentações. Na verdade, o link dá acesso a uma pasta contendo apenas os arquivos tal como vieram ao mundo (uma área de garimpagem, onde os próprios títulos por vezes nos surpreendem ao nos deparar, mais adiante, com o texto)... 

E assim, curioso, cheguei ao árido Index of /~tony/temp/publications.

Lá encontrei um arquivo, uma apresentação em pdf, denominada As metáforas com que trabalhamos: Metáforas em teleconferências bancárias .

Uma rápida lida nos permitiu vislumbrar panoramicamente o que julgamos ser a lingüística de corpus, situando-nos  tanto quanto ao tema abordado, quanto ao modus operandi desta área de pesquisa.

Em seguida, buscamos outro arquivo, aleatoriamente. Deparamo-nos, então, com outra apresentação, esta mais encorpada nas suas 51 páginas e competente apresentação gráfica.

O título mais uma vez nos remeteu a um tema que parece central a este campo da lingüística: Metáfora e Lingüística de Corpus

Já li até a página 30 e amanhã, pela madrugada retomarei a leitura das páginas restantes. 

E, eu, que sinceramente, tenho muito dificuldade em assimilar alguns conceitos estou a entender com mais profundidade o que seja metáfora. A tal ponto que daqui a mais uns dias estarei pronto a acrescentar à minha fala, diante dos doutos, esta pernóstica expressão: "Bem, metaforicamente falando, eu posso afiançar que..."

NOTA

...nos enseja. Anteriormente eu havia escrito nos permite. E ao fazer a alteração me veio à mente a famigerada construção nos oportuniza, infeliz como poucas. O nos enseja, apreciemos, é de fácil entendimento e de uma beleza próprias das coisas simples... E substitui o nos oportuniza, de quebra, com elegância e concisão.

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