segunda-feira, 16 de fevereiro de 2009

Poema a um amigo virtual, mas real e presente, blogueiro e poeta

A sua fuga era a literatura...

Fugia, não como os rebeldes
a despeito da justeza ou não de suas causas.

A sua causa era ele mesmo:
defender-se da insanidade
que por vezes desejava assaltá-lo...

Com as letras, promíscuo,
se abandonava, sem reservas.

Mas, as próprias letras, em conluio,
sem que ele soubesse,
tratou de reapresentá-lo a si mesmo,
pois que as letras associadas (é bom lembrar!)
costumam formar vocábulos mágicos
que acabam por nos revelar tal como somos...

A palavra juntada foi fragmento e espelho,
fundida a uma outra palavra,
que lembra névoa a se dissipar

Resultado: em fuga ele deu de cara
com certas revelações,
e o que era para ser alheamento
tornou-se encontro.

Sabendo dessa história toda,
inverossímil como poucas,
mas desejável como ela só,
gritei bem alto:
- Assim eu também quero!

10/set/2008

Ao Marcílio Medeiros

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