sábado, 21 de fevereiro de 2009

Literatura de auto-ajuda: a favor ou contra, eis um fato: ela existe.

Entre os intelectuais, estudiosos e outras gentes que dizem utilizar maciçamente seus miolos para (conforme o Houaiss)

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sopesar (considerar, interpretar, avaliar)

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ponderar (pensar muito sobre; meditar, refletir)

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inferir (concluir, deduzir) 

enfim, entre essa gente que lê, pensa e opina sobre o que os outros escrevem há quase um consenso sobre o que denominam por aí (impropriamente ou não) como sendo literatura de auto-ajuda

O quase-consenso indica que esta literatura não é lá muito recomendável, pelos seus supostos efeitos colaterais. O que muda nas apreciações críticas (exageradas ou sensatas) são os enfoques, o modo de se avaliar o que seja este verdadeiro movimento em favor da salvação dos leitores às voltas com tantos problemas pessoais a lhes atazanar a vida. 

Deixo, pois, ao leitor a avaliação parcial e não-conclusiva do que seja a literatura de auto-ajuda em suas multifacetadas realidades e o que se diz sobre ela...

O escritor João Anzanello Carrascoza, vinculado profissionalmente às atividades da redação publicitária, à ocupação acadêmica e ao trabalho literário (tradução, reescrita/revisão, etc.) nos fala sobre o tema, a partir de sua entrevista sobre o trabalho de readaptar Pollyanna, o clássico infanto-juvenil, da norte-americana Eleanor Porter. 

Um trecho da entrevista: 

Um livro de auto-ajuda apresenta a visão hegemônica de que tudo tem que ser bom, de que você tem de sair das dificuldades porque tudo é maravilhoso. O estilo é sempre de uma literatura de aconselhamento, com um discurso autoritário de cima para baixo: "você não pode ficar triste, você tem que levantar e ser feliz". Isso tira espaço de você conviver com sua dor e, a partir daí, gerar uma solução para ela. 

A entrevista completa.

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