terça-feira, 5 de julho de 2011

surto poético intermitente (xi)

onde vai parar toda esta literatura?

Que ela chegue aos corações e cure muitas feridas...

Quanta gente aflita desejosa de ouvir gente amiga
mesmo que por meio de palavras escritas
pousadas em cartas, em contos, poemas
com rimas ou sem rimas
desde que cada dito se entrelace e crie
meios seguros, bem ditos
de expressar o que vai, por caminhos diretos ou poéticos,
a um endereço certo:

- o ser inteiro
corpo, cérebro, coração
que pede bálsamo ao peito clamando sem voz
o que carrega lá dentro
- lava ardente ou água fria
que importa a sintomatologia?

A palavra não detém a cura ou qualquer poder
que se transforme em direta prescrição
com receita pronta ao paciente
desejoso de sorver como pílula
letra a letra, guiado pela bula
medicamento certo para cada ocasião...

Palavra pode ser cura,
se lhe deixam chegar ao peito
e, por caminhos ainda insuspeitos
num salto, um pulinho
caia logo ali no coração
que, bom parceiro, não despreza o que vai
encerrado ao crânio
e se correspondendo com o cérebro
trocando impressões e justos argumentos
vão juntos, solidários, amigos
pelos (des)caminhos da razão
acrescentando à sopa das letras
que lhes despejam às vezes aos borbotões
- claros raciocínios, maduras reflexões
tudo conjugado, entrelaçado
graças ao poder sutil e amigo das palavras.

2 comentários:

Lucas França de Souza disse...

Rio
cedo
seca
peixe-morto
renasce
vala
ser
nascer de novo
verde planta
Verde novo
Verde viva
Palavras amigas

Abel Sidney disse...

Eis que está nascendo um poeta!

Continue, continue se exercitando, pois a veia já está descoberta. Agora é ensaio, treino, lapidação.

Vá fundo, filho!