terça-feira, 27 de janeiro de 2009

Resenhas podem nos livrar o bolso de gastos insensatos ou mesmo inúteis...

Ontem fui ao aeroporto cumprir dupla tarefa: buscar minha filha mais velha que voltava de viagem e levar meu primo Rogério, que embarcaria rumo a Jordão, pequena cidade acreana próxima à fronteira com o Peru, onde trabalha com saúde indígena...

Entre outras coisas, aeroporto tem suas boas vitrines, pouco acessíveis a bolsos modestos como o meu, mas um encantamento para os olhos.

E a melhor vitrine, a meu ver, é sempre a das livrarias. A do nosso aeroporto, incluso. 

Deparando-me com os livros em suas versões cada vez mais alargadas - em espessura e tamanho - além do colorido e das texturas convidativas ao tato, eis que um dos deles me chamou a atenção triplamente: pela capa, sóbria, pelo título e subtítulo. Ei-lo: 

Cultural Geral
Tudo o que se deve saber

Inclinado à compra, tentei levantar o preço/peso da obra, mas este estava muito além das minhas forças... Consolei-me, constrangido, pois não gosto simplesmente de apreçar as coisas... Mas cadê o dinheiro? 

Não tirei, porém, o livro do pensamento, pois ele poderia servir para sanar as lacunas de formação enciclopédica da minha citada filha... 

Mas, graças ao bom resenhista Jerônimo Teixeira, da revista Veja, fui salvo pelo gongo! 

Destacarei apenas alguns pequenos trechos de sua resenha antes de convidar o leitor à sua merecida leitura integral

(Abro um parêntese para denunciar o vício de escrever este e meus outros blogs, quando tenho muitas outras coisas a fazer neste exato momento! Lá vou eu. Depois retornarei!)

Já retomei a escrita, muitas horas depois. Reli, corrigi alguns erros grosseiros, lapidei o texto e agora já posso prosseguir, para ver se consigo encerrar este post hoje! 

Vamos aos trechos: 

. resumão - assim Teixeira descreve esta obra: "Não é o primeiro resumão do gênero a aparecer no mercado – outros autores já apresentaram  suas condensações da arte, da literatura, da filosofia".

. compêndio de divulgação cultural - e o que é compêndio mesmo? O Houaiss nos diz que é o  "resumo de uma teoria, ciência, doutrina etc." e o "livro, especialmente escolar, que enfeixa tal resumo". 

. "De tão tradicional, o gênero já tem suas convenções. A mais importante delas é a lista. Nenhum livro dessa linhagem pode negligenciar os dez maiores filósofos ou os 100 grandes poetas". (grifos nossos)

. "Cultura Geral, no entanto, é de uma chatice atroz. Suas pretensões eruditas são minadas por algumas falhas de informação (não, Darwin nunca disse que chimpanzés e gorilas são antepassados do homem) e pelo vício da generalização discutível – segundo Schwanitz, a literatura moderna é "deprimente" (sempre?) e os americanos são "otimistas" (todos eles?)". (grifos nossos)

. "A bagagem cultural média das pessoas se tornou mais dispersa e fragmentada. Ao mesmo tempo, porém, nunca antes a literatura, a filosofia, a arte estiveram tão disseminadas e acessíveis. As obras de Shakespeare e Darwin, por exemplo, podem ser encontradas em edição de bolso – ou lidas de graça on-line. Em vez de escorrer pelo ralo, a cultura está em toda parte". (grifos nossos)

Por fim, ao apontar outros autores que escreveram compêndios, o resenhista que diz estas obras tem um público certo: "o leitor preguiçoso"...

Bem, se isto pode servir de alerta, sacudamos a preguiça e, sempre que possível, leiamos algumas obras clássicas no original!!

É isso.

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