segunda-feira, 9 de fevereiro de 2009

Um poema. Mas não ouso ainda dizer que sou poeta...

Pendências

Não desejo deixar mais nada pendente:
Nem pingente, nem roupa seca tomando poeira no varal...

Recolher a todo instante o que esvoaça
E roçando passa promovendo atrito,
Pois manter pendências é exatamente isto:
Deslocar legiões de fantasmas a nos assombrar
Como as lembranças fugidias, das quais tentamos em vão escapar...

Estou fazendo devassa, levantando tudo o que vaga
Pelas paredes sujas, pela bagunça das gavetas 
Pelo sótão da memória bem abarrotada
De quinquilharias não devolvidas
De promessas feitas e jamais cumpridas

Desejo agora tão somente o que possa
Dar firmeza e rumo ao chão:
Pedras soltas em meio aos dormentes
Destes feitos com madeira de lei
Para melhor assentar os trilhos
E poder seguir viagem...

E pensar que por deixar pra trás tanta coisa 
Que tinha ou devia fazer 
Que tudo fosse virar poema, ocupando a leitura alheia!

Por tudo o que seja sagrado, peço pois a meu leitor:
Não deixe nada pra depois e nem adie o que fazer!!

Por fim, buscando rima para finalizar este poema
Algo que rime com Bandeira Nacional – digna de ficar pendente 
Nos postes, nos mirantes, ao alto, tremulante,
acabei, agora, por encontrar em meio às lembranças
uma frase simples, talvez apenas pra mim especial:
“Quando cumprimos à risca todos os deveres
O sentimento que brota no coração é tão compensador
Que nada no mundo se torna igual”....

Breve surto poético II - 26 abril 2007 (revisto hoje)

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