terça-feira, 28 de junho de 2011

saindo do forno (i)

Um mundo diverso, digno de versos

Disse alguém: se todos entendessem
que o mundo é, de fato, diverso
a negação deste estado de coisa, natural
não se daria; não seria, pois, adverso...

Haveria, portanto, espaço de convivência
para a confrontação de todas as ideias
dessas em que costumamos nos digladiar:
- a frente duelando com o verso
e se fazendo o avesso, não o outro lado,
portanto afim, amigo, não algo afastado...

Misterioso e sempre digno de verso 
nos parece o outro lado da lua,
ou, para os antigos o lado A e B do disco
ou ainda o outro lado daquela rua...

Mas há de surgir, na geração de agora
dessa gente que abomina separação
cheio de traumas, no próprio ninho
...aos aparentes opostos, a conciliação.

Em amargas experiências eles vem aprendendo
que diante do confronto, quando há capricho
mania, desejo de predomínio, retenção
não se deve alimentar o homem-bicho
mas ampliar-lhe o peito, o coração
pois nele há de caber o mundo inteiro
da luz das estrelas ao pó do chão
sendo possível fazer de adversário, companheiro
que há de ser aceito, sem restrição.

:: após a leitura (e sob a inspiração) de A nova biblioteca de Alexandria: uma fênix que renasce das cinzas, artigo do prof. Jacir J. Venturi, de Curitiba. 

Nenhum comentário: