terça-feira, 20 de janeiro de 2009

Saramago indaga, entre outras coisas: de onde vens?









Replicaremos, na íntegra, as breves-linhas escritas pelo Saramago, sobre Barack Obama, presumivelmente no calor da posse deste primeiro presidente americano negro, sobre o qual se depositam tantas esperanças!

Vamos ao texto, que merecer ser degustado lentamente.

Donde?

Donde saiu este homem? Não peço que me digam onde nasceu, quem foram os seus pais, que estudos fez, que projecto de vida desenhou para si e para a sua família. Tudo isso mais ou menos o sabemos, tenho aí a sua autobiografia, livro sério e sincero, além de inteligentemente escrito. Quando pergunto donde saiu Barack Obama estou a manifestar a minha perplexidade por este tempo que vivemos, cínico, desesperançado, sombrio, terrível em mil dos seus aspectos, ter gerado uma pessoa (é um homem, podia ser uma mulher) que levanta a voz para falar de valores, de responsabilidade pessoal e colectiva, de respeito pelo trabalho, também pela memória daqueles que nos antecederam na vida. Estes conceitos que alguma vez foram o cimento da melhor convivência humana sofreram por muito tempo o desprezo dos poderosos, esses mesmos que, a partir de hoje (tenham-no por certo), vão vestir à pressa o novo figurino e clamar em todos os tons: “Eu também, eu também.” Barack Obama, no seu discurso, deu-nos razões (as razões) para que não nos deixemos enganar. O mundo pode ser melhor do que isto a que parecemos ter sido condenados. No fundo, o que Obama nos veio dizer é que outro mundo é possível. Muitos de nós já o vinhamos dizendo há muito. Talvez a ocasião seja boa para que tentemos pôr-nos de acordo sobre o modo e a maneira. Para começar.

Fonte: http://caderno.josesaramago.org/2009/01/20/donde/

sábado, 17 de janeiro de 2009

Nossas línguas: Brasil e Portugal

Língua brasileira, língua portuguesa

Não vou debater o que autores competentes já o fizeram em relação à especificidade da língua portuguesa falada no Brasil e a sua distância monumental face à sua mãe-e-irmã além-mar.

Por certo, não será este Acordo Ortográfico que nos aproximará, embora apague-se algumas diferenças superficiais...

Fuçando em sites portugueses estive a descobrir não somente as diferenças no uso da língua, mas acabei por encontrar idéias que devidamente aclimatadas por aqui nos ajudaria a incentivar nossos alunos a melhor lidar com a língua brasileira-portuguesa. 

Estou a me referir, especificamente, aos eventos competitivos em torno da língua portuguesa. Já identifiquei dois deles em solo lusitano: o Campeonato da Língua Portuguesa e o Torneio ISEC de Língua Portuguesa

As idéias são boas e merecem cópia e adaptação.

O torneio ISEC, que me pareceu mais sedutor, trabalha com públicos distintos, ao contrário do outro, que é aberto a todos. A solução da 1ª prova qualificativa do 4º ano do 1º ciclo (ensino fundamental), do ISEC, é uma mostra disso. A prova de qualificação voltada ao público em geral é dividida em quatro blocos e contém exercícios de ortografia, morfologia, léxico e sintaxe. Bem elaborados, por sinal.

Os mais argutos dirão: nós já temos em nosso país a Olímpiada da Língua Portuguesa. É verdade. No entanto, seu foco está direcionado à formação de professores e, a partir desta ação, é que ocorre a competição em torno de três gêneros de escrita: poesias, textos de memórias e artigo de opinião. 

A idéia que defendemos (e que haveremos de desenvolver!) é que pequenos torneios são exequíveis e hão de trazer bons resultados, se não se perder de vista que competir com prazer e envolvimento pode conduzir a um aprendizado efetivo. 

Retomando a discussão do início, quanto às diferenças das nossas línguas, basta ler as provas do campeonato e do torneio acima indicadas ou ainda as informações destes certames nos sites para não termos dúvida de que estamos lidando com línguas semelhantes e muito específicas.

terça-feira, 13 de janeiro de 2009

Apontamentos às "dicas de como melhor gerir o tempo" - II

2

Estabeleça claramente suas prioridades



Prioridade segundo o Houaiss é "condição do que está em primeiro lugar em importância, urgência, necessidade, premência etc."

Logo, precisamos estabelecer uma hierarquia entre o que seja:

.  importante - "aquilo que é essencial, que tem maior importância"

urgente - o  "que é necessário ser atendido ou feito com rapidez; que não pode ser retardado"

necessário - o "que não se pode evitar; imprescindível, inevitável, forçoso; que deve ser cumprido"

. premente - o "que exige solução rápida; urgente". 

Como se vê, as nuances dos termos nos indica que não adianta buscar precisão no que é "sujeito a chuvas e trovoadas, impressões e sensações"... 

Mas não custa tentar criar uma escala de Likert para dar um ar de maior seriedade nas nossas "tomadas de decisões": 

5 - Muitíssimo prioritário
4 - Muito prioritário
3 - Mais ou menos prioritário
2 - Pouco prioritário
1 - Nada prioritário

Obviamente que não estou a dizer: 1) que ninguém consegue estabelecer prioridades e cumprir suas metas... e 2) que somente é possível fazer isso por meio de sentimentos e intuições.

O que não podemos é acreditar na "magia das palavras" e do seu "poder transformador em nossas vidas" ao se pronunciar frases feitas copiadas-e-coladas: "Eu agora sou mais proativo, pois aprendi a estabelecer com muito rigor e precisão as minhas prioridades"... 

A vida vivida (e bem vivida, se optamos por isso) geralmente nos acorda dessas pretensões e nos faz ver que, se as coisas já não são tão simples, buscar meios de nos torturar rigorosa-e-sistematicamente não é também uma idéia muito saudável...

Lembrando: as indicações do autor sobre como gerir o tempo são:
1. Faça uma coisa de cada vez
2. Estabeleça claramente suas prioridades
3. Saiba dizer não
4. Reserve grandes blocos de tempo para as atividades
5. Lembre-se sempre da lei de Murphy
6. Faça tudo para não ter que recomeçar uma tarefa
7. Espere o inesperado
8. Tome as decisões. Não deixe que as pressões o façam
9. Delegue tudo que puder
10. Cumpra a agenda (com flexibilidade)
11. Desenvolva a autodisciplina
12. Lembre-se: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.

segunda-feira, 12 de janeiro de 2009

Sabe aquele papo da imagem que vale por mil palavras?

O novo acordo irá render muito - muitos debates estéreis e histéricos (que mais tarde tornar-se-ão históricos!), muita tinta sendo gasta e muito humor gráfico (alguma coisa há de prestar;)

Todos sabem diferenciar uma charge de um cartum e de uma caricatura, não é?

Se ainda não, aproveitemos e aprendamos (que mal há?!) 

Pois é, o Frank Maia, ilustrador freelancer e chargista do jornal A Notícia, de Joinville, Santa Catarina criou uma peça impagável sobre o desacordo-ortográfico.

Por fim, visitem o blog do Frank, o Studio Xinelão, pois muito mais indícios claros de vida inteligente e sensível por lá...




Lins: os amigos/colegas do IAL e outros tantos



Bons tempos em Lins, São Paulo (1979 e 1981)

Estudei no Instituto Americano de Lins (o IAL), hoje IALIM (acrescenta-se da Igreja Metodista).
Fiz por lá o 1º e 3º ano do hoje ensino médio.

A despeito de me sentir um caipira nos primeiros dias, adaptei-me e morei, no primeiro ano,
na Residência I, sob o comando do saudoso Prof. Fernando, o nosso Fernandão.

No terceiro ano morei em diversos locais (em dois hotéis e uma pensão, a dona Val).

E agora nominarei os amigos/colegas com os convivi naqueles tempos idos 
(na esperança de esbarrar com algum deles pela internet!)

São eles/elas:

Professores/as: Jacy, Israel, Violeta (do GIS, no Grupo de Integração Social;
Fernando, colega do GIS)

Alunos do IAL/1º ano: Chupeta, Maringá

Alunos do IAL/3º ano: Luciana (fez Odonto na FOL), Cristina e Flávia; Orioni (e turma de Guiratinga), 
Mário, Osvaldo (foi para o Rio de Janeiro como eu).

Alunos do cursinho: Rita, Cássio.

Pessoal da Residência I/1979: Rojas (Paraguai), Simão (Goiânia), Bichinho (Fortaleza), Madson 
(Maranhense, de São Luiz), Belga, Fernando, King e Guzula, (São Paulo), Portela, Papagaio, 
Paraguaio, Chiquinho, Jamil e Ali (Corumbá), Pereirinha (já o perdoei), Marcelo (Naviraí), 
Denizard, Toninho (Cuiabá), Astrogildo (de Presidente Prudente, figura raríssima), 
Carlos (fez Prótese), Maurílio, Carlinhos, Heringuer, Marcos (sul-matogrossenses), 
Barreto (e suas manias)...

Pessoal dos hotéis/da pensão/do IAL, dos festivais de música, etc, etc.: Fernando Xuxu, 
Beto Figueiredo, Minos, Rone e outros guardados na lembrança, mas cujos nomes se perderam...

domingo, 11 de janeiro de 2009


A Editora do Porto, uma das mais maiores de Portugal, antecipou-se à concorrência e está a prestar um serviço relevante aos usuários da língua portuguesa, utentes que agora vivemos praticamente às tontas, por não sabermos o que fazer diante deste controverso e nebuloso acordo ortográfico...

O serviço é o da correção em tempo real de qualquer texto digitado para o novo-texto-segundo-o-Acordo-estabelecido...

Testem clicando aqui e depois comentem neste blog por favor (pois preciso gerar tráfego e ganhar notoriedade!)

Ah, falta apenas comentar, não sem humor, sobre a impropriedade do nome do domínio/página (portuguesexacto / Português Exacto). Eu diria que o título da página não combina nada com o acordo ortográfico, pois não é nada correcto, digo, correto, a partir de agora, escrever exato com um c (mudo, inútil, impertinente e arrogante) antes do t.

Fica aqui o protesto!


PS.: li sobre o site acima referido no interessante blog Clavatown, depois de conhecer o blogblogs, ao qual cheguei graças à dica encontrada no blog do Francisco A Silva...

terça-feira, 6 de janeiro de 2009

Saramago segue escrevendo e denunciando...

caderno.de.saramago
O que pode um post-denúncia do blog do Saramago em face à agressão de Israel?

Cada vez mais Saramago se torna o porta-voz da "justa indignação", aquela que não se permite calar diante dos desmandos dos poderosos, que ridiculamente agem parcialmente enquanto pretendem passar a impressão de paladinos da justiça e do bem...

Sarkozy, o irresponsável, eis o título do post.  Pobre França. Eis a última frase. 

Esperamos que as opiniões de um Saramago e de outros intelectuais e artistas consigam, de alguma forma, produzir algum abalo nos meandros do poder político e decisório em torno da invasão e do massacre na Faixa de Gaza.

Por fim, fica aqui o convite para a leitura in totum do texto do escritor português.

Apontamentos às "dicas de como melhor gerir o tempo" - I

um
Faça uma coisa de cada vez


Numa sociedade em que somos forçados a ser "multi, poli, pluri" a recomendação façamos uma coisa de cada vez torna-se quase impraticável, se tomarmos o conselho ao pé da letra.

O problema, evidentemente, não está nos prefixos latinos e gregos (multi e pluri - latinos; poli - grego), a indicar multiplicidade, mas na fragmentação e simultaneidade das atividades cotidianas.  Não é o "fazer muitas coisas", mas fazê-las "ao mesmo tempo" ou próximo disso...

Caso consigamos nos disciplinar (e aos outros), façamos isso, pois é salutar. 

Se nos importamos com as opiniões alheias, isso pode, inclusive, indicar autodomínio... E isso não é pouco, se traduzirmos este estado por:

. ser senhor de si mesmo; ter pleno controle sobre as forças do tempo (e do espaço) à sua volta...

Manoel de Barros, poeta matogrossense, é um exemplar Senhor de Suas Horas. Entoca-se pela manhã em seu escritório e passa por lá largas horas ensimesmado, escrevendo e dialogando um sem-número de autores e obras.  

O exercício intelectual e/ou artístico exige, na maioria das ocasiões, estes tempos e espaços sob-domínio-exclusivo-de-si-mesmo...

Esse tempo não há de ser simplesmente aquele reservado-em-um-espaço-apropriado, mas mormente aquele em que há estações de semeadura, de contemplação, de colheita, de passeio, de descanso das paisagens lá de fora e cá de dentro.

Se o façamos uma coisa de cada vez nos remeter a todas estas estações, mais as do ganha-pão, então faremos côro ao autor-desconhecido, pois sabemos o quanto é produtivo, por exemplo, nos concentrarmos em nada-fazer-a-não-ser-deixar-o-olhar-vagar-sem-rumo ou passear-sem-rumo-nenhum-prontos-a-fazer-descobertas-as-mais-surpreendentes...

Para refrescar a memória, as indicações de como gerir o tempo são:

1. Faça uma coisa de cada vez
2. Estabeleça claramente suas prioridades
3. Saiba dizer não
4. Reserve grandes blocos de tempo para as atividades
5. Lembre-se sempre da lei de Murphy
6. Faça tudo para não ter que recomeçar uma tarefa
7. Espere o inesperado
8. Tome as decisões. Não deixe que as pressões o façam
9. Delegue tudo que puder
10. Cumpra a agenda (com flexibilidade)
11. Desenvolva a autodisciplina
12. Lembre-se: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.

segunda-feira, 5 de janeiro de 2009

Como administrar o próprio tempo... número zero

Tenho tentado salvar a minha condição de administrador de empresas...

Alguns dos meus alunos e colegas da área acadêmica e literária custariam a acreditar que também sou administrador de empresa... Tenho carteira do Conselho Regional de Administração (Rondônia/Acre) e pago e as anuidades em dia!

Além de ser uma curiosidade sobre a minha vida pessoal/profissional estas linhas iniciais é, do mesmo modo, um mote para a escrita de uma série de posts sobre a série anunciada no título, afinal administrar o tempo é um dos calcanhares-de-aquiles de todos os profissionais voltados ao mundo empresarial, em que a produtividade é, por si só, um poderoso elemento de motivação e de busca da lucratividade... 

Vamos, pois, comentar sobre a dúzia de recomendações que encontrei, certa feita, em uma revista institucional. Como perdi o recorte da matéria o seu autor permanecerá desconhecido, até segunda ordem...

As indicações do autor sobre como gerir o tempo são:
  1. Faça uma coisa de cada vez

  2. Estabeleça claramente suas prioridades

  3. Saiba dizer não

  4. Reserve grandes blocos de tempo para as atividades

  5. Lembre-se sempre da lei de Murphy

  6. Faça tudo para não ter que recomeçar uma tarefa

  7. Espere o inesperado

  8. Tome as decisões. Não deixe que as pressões o façam

  9. Delegue tudo que puder

  10. Cumpra a agenda (com flexibilidade)

  11. Desenvolva a autodisciplina

  12. Lembre-se: um lugar para cada coisa e cada coisa em seu lugar.

 Amanhã começaremos a analisar cada uma destas recomendações. Até lá.


domingo, 4 de janeiro de 2009

Lúpus: tradução (e informações) necessárias 2

A convivência com os lúpicos me tem ensinado muito sobre o drama dos que são portadores de "doenças invisíveis". O lúpus é uma dessas enfermidades em que aparentemente não há nada com a pessoa portadora da doença...

A aparência saudável que muitos lúpicos apresentam os tornam vítima da discriminação e da intolerância, pois para a maioria das pessoas "somente é digno de atenção e cuidado os portadores de doenças visíveis, palpáveis, com sintomas claros e manifestações ostensivas..."

Desejávamos, neste post, tão somente indicar a publicação de mais um texto traduzido do espanhol e já estamos a conversar sobre doenças invisíveis...

O pequeno artigo Introdução aos aspectos psicológicos do lúpus merece, pois, leitura meticulosa. 

E por falar em doenças invisíveis...

Ocorreu no Estados Unidos, de 8 a 14 de Setembro, a Semana Nacional das Doenças Invisíveis. 

Segundo estatísticas do site oficial da campanha (vide logotipo ao lado), cerca de 96% das doenças são invisíveis. Entre elas se destacam as depressões, as dores de cabeça e de coluna, as sinusites, a esclerose múltipla, a fibriomialgia, a artrite reumatóide, os tumores, cancros, diabetes, etc, etc.