domingo, 26 de junho de 2011

surto poético intermitente (iv)

És também minha, lua!

A musa súbita, a própria lua, ia pelas ruas, nua
tal como o poeta, repentinamente, cantou
e eu não desejando ficar encalhado
na maré baixa, loucamente solitário,
abandonado, alguns versos teci:

Se me segues, ó lua
e se da tua luz deslumbrada
iluminas reconditamente minha estrada
é que seu amor, mais que imenso, é desmesurado
pois suportas minhas arestas, saliências
minhas flagrantes irregularidades
e assim mesmo, nelas,
deitas, prateado, o teu manto

Enamorei-me de ti, lua!
pois compassiva, clemente
me aceitas, assim tão tua
mesmo com versos mancos,
mesmo com rima crua...

Resposta a um poema do Binho:

Musa súbita

na
noite

na
chuva

no
vento

ia
nua

ia
nau
na
maré
das
ruas

ia
lua

3 comentários:

Arte-Fonte de conhecimento disse...

Cada noite iluminada por este astro encantador é um capitulo rodado onde se canta o amor.Belíssimo poema!

Lucas França de Souza disse...

Ficou muito legal pai!!!

Abel Sidney disse...

Grato, grato!!